Design ajudando a tangibilizar a cultura Loft
Como foi a participação do time de design na estruturação dos conceitos de cultura da empresa.
Por Lívia Maranhão, Giulia Turetta, Iza Castañeda e Maria Santos
Quando falamos de cultura dentro de empresas, você pode imaginar aqueles documentos — às vezes, quadros — antigos que falam sobre a missão, a visão e os valores da companhia com o objetivo de informar e reafirmar essas características aos colaboradores.
Na Loft, nunca foi assim. Sempre houve uma consciência de que a cultura é formada naturalmente pelas pessoas, de forma organizada ou não. E, já no início de seu segundo ano, o time de People da Loft passou a olhar de forma mais profunda para esse tópico, e discutir o tema com toda a empresa.
Foram meses de conversas, mais de 400 Lofters de diferentes áreas e posições, ouvidos diretamente, para entender a cultura que já exisita e a que queríamos disseminar dali pra frente.
E o que Design tem a ver com isso?
Com esses principais pontos de cultura definidos nesse trabalho de People, a gente se uniu a eles com o objetivo de ajudar a tangibilizar esses aspectos culturais de uma forma que, mesmo com o rápido crescimento da empresa, pudéssemos preservar os pilares da nossa cultura que mais admirávamos.
Não coincidentemente, cuidar, cultivar e crescer são os termos relacionados à etimologia da palavra cultura (colere em latim).
Pra nós, era importante tornar essas nossas crenças e valores mais claros e úteis, para que influenciassem, na prática, em nossas tomadas de decisão do dia a dia.
Revelando nosso jeito de ser
Para reduzir vieses pessoais de nossas experiências e área de atuação, tocamos o processo de design, começando pelo começo: discovery.
Depois de um estudo de benchmark, focamos em entrevistas, pesquisas e dinâmicas de conversas com diferentes pessoas, de diferentes áreas e posições, para captarmos o máximo possível das percepções internas sobre nossa cultura e como ela impacta nossas rotinas.
📝O que:
Primeiro, focamos no entendimento, desses pontos de vista diferentes, do que já era considerada a cultura Loft, e em como os Lofters enxergavam os valores que já estavam disseminados.
Também nessa etapa, com a prática de Content Design/UX Writing, buscamos entender como falavam, quais termos usavam sobre valores, e qual era compreensão dos termos já usados e de nossas apostas.
Em formato de “brainstorming”, participantes escreviam a “primeira coisa que vinha à mente” ao ler frases relacionadas aos valores e termos nos quais apostávamos. Assim, tivemos mais direção para escolha de nomes e conteúdo descritivo dos valores.
💎Como:
Depois, seguimos para a discussão sobre o formato que tornaria a organização e tangilibilização dos nossos valores e cultura mais acessível e útil.
Nessa fase, ouvimos diferentes opiniões sobre como seria mais simples para absorver e aplicar os valores da Loft no dia a dia.
O exercício se resumia no método 6–3–5 (6 rodadas de ideias; 3 ideias por pessoa em cada rodada; 5minutos é o tempo de cada rodada). Cada pessoa escrevia/desenhava suas ideias, passava no board pra outra pessoa pra agregar comentários/novas ideias até finalizar o ciclo.
O edifício de valores Loft
A partir das descobertas e das ideações juntos, surgiu a ideia de tangibilizarmos nossa cultura em formato de um edifício. Isso nos possibilitou fazer uma relação direta com o mercado em que a Loft atua, além de trazer um lado mais lúdico para o projeto.
Para nós, a cultura precisava ser consumida de forma responsável, mas também divertida.
O prédio também serviu para tangibilizar a hieraquia entre valores. Embora todos sejam importantes, seguir essa sequência de priorização, ajuda para tomada de decisões.
Para o layout, utilizamos um conceito mais minimalista, tanto para otimizar o tempo de desenvolvimento, quanto para dar “respiro” ao conteúdo que queríamos transmitir. Assim nosso prédio foi construído, com navegação através de um elevador e com cada valor de nossa empresa em um andar.
Content first
Apesar dessa estrutura de edifício já pré-definida, deixamos para, de fato, idear e construir os primeiros protótipos após termos as primeiras versões refinadas do conteúdo que queríamos transmitir.
A ideia era ter um conteúdo simples de consumir, e mitigar eventuais interpretações dúbias sobre os valores. Optamos, então, por uma linguagem direta: em cada andar do prédio se encontra um valor, com uma descrição curta e definições claras do que ele é e do que não é.
Para validar esses conteúdos, contamos a colaboração de champions (pessoas que representavam cada um de nossos valores), do management team, e de People.
A gente acredita que a cultura é uma via de mão dupla, que também é transmitida em forma de cascata, por isso, era extremamente relevante que esse conteúdo estivesse alinhado com as lideranças.
Prototipação
Com o conteúdo já em validação, passamos a trabalhar em protótipos de alta fidelidade. Aqui também houve a opção de um visual mais minimalista e simples, que permitia focar no conteúdo.
Já nessa etapa, contamos também com a colaboração de software engineers, o que permitiu acelerar essa construção.
Validação
Antes de lançarmos o edifício para toda a empresa, passamos por rodadas de validação. Mais uma vez, buscamos falar com Lofters de variadas áreas e posições.
Os testes de usabilidade foram primordiais para fecharmos o projeto, e colhemos feedbacks muito animadores que nos ajudaram a validar nossos principais objetivos:
- Facilidade de entendimento:
“Bem intuitivo e fácil de mexer, além das explicações que estão simples de entender”.
- A utilidade no dia a dia:
“Acredito que será útil para guiar minhas tomadas de decisões e caminhar no mesmo sentido que a Loft”.
Para além do digital
A Loft estava para lançar o novo edifício físico, e hoje nossos valores também estão refletidos lá, na mesma estrutura e nos mesmos andares que pensamos para esse site sobre cultura.
Além disso, hoje vemos esses conceitos sendo usados em diversos momentos do nosso dia a dia, sempre mencionados em apresentações e estratégias dos mais diversos times, além de certo um dos principais tópicos de onboarding de novos Lofters.
Esse projeto também trouxe uma forma de mostrar que o processo design é versátil e ajuda a “resolver problemas” para além de produtos digitaise e pode ser aplicado em diversas situações.
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